PM DE PERNAMBUCO REVIVE DITADURA MILITAR

   O lucro acima de tudo. Esse foi o motivo que levou os empresários do transporte coletivo em Pernambuco a aumenter o valor das tarifas de ônibus no dia 20 de janeiro. Em resposta, no mesmo dia, cerca de 400 estudantes organizados por diversas entidade estudantis como a UESPE, DCEs da UFPE, UFRPE  e UNICAP, além da Federação Nacional dos Estudantes de Escolas Tecnicas (FENET), além da União da Juventude Rebelião (UJR), fizeram uma manifestação contra o aumento durante a reunião do Grande Recife Consórcio Metropolitano de Transporte, realizada a portas fechadas sob proteção da Policia Militar de Pernambuco.
     A manifestação começou pela manhã com concentração em frente ao Ginasio Pernambucano, seguindo em passeata pelas principais avenidas do Centro do Recife, denunciando a proposta de 17,2% feita pelos tubarões do transporte.
     A repressão por parte da policia Militar e do Batalhão de choque foi, mais uma vez, selvagem, e fez a população recifense recordar os tempos da Ditadura Militar. A manifestação foi alvo de balas de borracha, bombas de gás e spray de pimenta, além de muita pancada. Estudantes foram feridos , outros presos e até uma trabalhadora que demonstrou apoio á passeata foi detida.
     No inicio da terde, ainda não satisfeitos com diversos presos e feridos, a Policia deu inicio a uma perseguição aos estudantes pelo centro da cidade até chegar a faculdade de direito da UFPE, onde foram cercados e impedidos de sair pelo Batalhão de Choque, que continuou disparando bombas de gás e balas de borrachas contra os estudantes que ali se protegiam.
     Tais ações só fazem crescer a indignação da população diante de mais um ato de desrespeito e violência contra o povo. A comerciante Maria Elizete de Oliveira, 49 anos, que assistiu á violência facista da PM declarou: "É um absurdo o comportamento da Policia. Eles parecem que estão em uma guerra. Os  estudantes estão numa passeata organizada, pacifica, desarmados, sem nada, e a Policia chega dando tiro, como se eles fossem bandidos. Se a passagem aumentou e isso prejudica todo mundo, eles tem o direito de se manifestar, e a Policia temque respeitar".

     Após várias manifestações, os estudantes impediram o reajuste de 17,2% pretendido pelos empresários, embora a passagem tenha sido reajustada em 6,5%. Agora, a luta continua contra a repressão, pela estatização do transporte público e pelo congelamento das passagens.